As exportações de celulose no Brasil evoluíram de forma impressionante na última década, dobrando o volume exportado e colocando o setor como o quinto item mais relevante na balança comercial do agronegócio. No entanto, o cenário em 2023 não foi tão favorável, com uma queda de 28% em relação ao ano anterior.
A manutenção desse crescimento exige uma estratégia diversificada, mirando não apenas a China, que lidera as importações, mas também ampliando a presença nos demais mercados globais, em especial Europa e Estados Unidos.
A Europa, segundo maior comprador da celulose brasileira, está aumentando a fiscalização sobre produtos oriundos de regiões com risco de desmatamento, como consequência do Green Deal, tratado que busca a transição para um continente climaticamente neutro até 2050. Essa postura criará um desafio significativo para as exportações brasileiras e, consequentemente, para a indústria nacional de celulose, que terá que internalizar os custos de uma barreira comercial não-tarifária.
O mercado norte-americano, terceiro maior comprador de celulose brasileira, por sua vez, também promete impor novas barreiras. A forte possibilidade de Donald Trump retornar à presidência e adotar medidas comerciais protecionistas (implementar uma tarifa de 10% sobre todas as importações e uma tarifa ainda mais elevada sobre produtos chineses, conforme já divulgado), pode ter um efeito cascata nas exportações de celulose para os Estados Unidos.
Essas mudanças políticas e econômicas nos principais mercados exigem que a indústria brasileira seja ágil e adaptável, buscando alternativas que possam mitigar esses novos custos e barreiras.
Apesar dos desafios, a indústria de celulose no Brasil tem mostrado uma resiliência notável. Investimentos contínuos em pesquisa, tecnologia e práticas sustentáveis têm sido fundamentais para manter a competitividade global. Além disso, a indústria começa a olhar de forma mais estratégica a diversificação global de seus investimentos, a exemplo da recente aquisição de duas fábricas de embalagens nos Estados Unidos pela Suzano.
Na visão do Grupo Index, a adoção de tecnologia e inovação para suplementar a barreira imposta pela União Européia é a melhor solução para aumentar as vendas para esse importante cliente. A ForesToken S.A., tokenizadora do Grupo Index, permite a rastreabilidade geográfica dentro de uma plataforma GeoBI on-line comprovando assim a origem da madeira sem vínculo ao desmatamento.
Já no caso dos Estados Unidos, o Grupo Index acredita que a continuidade de uma política severa de gestão de produção e a adoção de tecnologia para maior eficiência operacional, aliada à manutenção da taxa cambial, manterá a competitividade do custo da celulose diante dos demais players e diante do próprio Estados Unidos.