As florestas possuem um papel muito importante na história do desenvolvimento humano e, ainda mais importante, no bem estar da sociedade nos dias de hoje. Além de fontes naturais e renováveis de madeira, as florestas fornecem dezenas de outros produtos não madeireiros de importância econômica crescente para a sociedade, como resina, lignina, óleos, entre outras matérias-primas para indústrias químicas, farmacêuticas, têxteis, siderúrgicas, entre outras..
As florestas possuem também o papel fundamental no equilíbrio climático do Planeta, uma vez que em seu processo de crescimento, por meio da fotossíntese, fixam o CO₂ atmosférico na forma de carbono em sua estrutura.
A Arvor Business Advisory, empresa do Grupo Index criada para assessorar decisões estratégicas relacionadas ao melhor uso econômico da floresta e de seus recursos, atua tanto com estratégias de utilização comercial do recurso florestal madeireiro e não madeireiro, seja ele oriundo de florestas comerciais plantadas ou nativas, quanto em estratégias de criação de Nature Based Solutions (NBS), ou seja, o uso sustentável das florestas como ferramenta de combate à mudança do clima.
Uma matéria chamou a atenção da Arvor em especial, pois aborda tanto o uso do recurso florestal madeireiro, oriundo de florestas comerciais, quanto dos serviços ambientais que as florestas proporcionam à sociedade: Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), afirmou em entrevista dada ao portal digital Reset que o BNDES irá financiar atividades de reflorestamento.
A ideia desta iniciativa é alavancar recursos para que empresas possam promover a regeneração de áreas atingidas pelo desmatamento na região do “arco do desmatamento”, área da fronteira agrícola entre o Centro-Oeste e Estados da região Norte. Segundo Mercadante, a preocupação ambiental e a sustentabilidade estão no centro das prioridades do banco, pois o simples combate ao desmatamento não é suficiente, é preciso promover o reflorestamento da Amazônia, por meio de um projeto em grande escala.
Segundo Marcelo Schmid, sócio-diretor do Grupo Index e responsável pela Arvor Business Advisory, o projeto mencionado por Mercadante é uma iniciativa de grande importância para o setor, pois pretende promover alternativas de financiamento tanto para florestas produtivas quanto para florestas nativas. Desta forma o programa poderá ser utilizado por três tipos de públicos com modelos de investimentos distintos:
- Aqueles que desejam plantar árvores comerciais para produção de madeira
- Aqueles que desejam plantar árvores nativas para geração de créditos de carbono
- Aqueles que desejam plantar árvores comerciais para produção de madeira e geração de carbono.
A importância desta iniciativa reside portanto no amplo rol de empresas e investidores que se enquadram nos três tipos acima, desde investidores institucionais até empresas de celulose. “se for implementado nos moldes que se imagina, o projeto poderá fomentar a criação de um novo cluster florestal no Brasil e atrair grande empreendimentos para regiões que até o momento estavam fora do radar da indústria florestal”, completa Schmid.
Naturalmente, além dos benefícios econômicos e ambientais, o projeto do BNDES possui potencial de grande impacto social, pela possibilidade de geração de empregos e desenvolvimento econômico em uma região pouco desenvolvida do país.
Embora Mercadante não tenha trazido ainda detalhes do plano, uma de suas principais ferramentas será a concessão de áreas públicas, modelo que tem sido adotado desde 2006 (Lei 11.284/06) com modestos resultados mas que teve uma alteração recente e importante, com a inclusão da possibilidade de exploração econômica de outras fontes de receita, além da madeira, como o próprio carbono, incentivando assim as Nature Based Solutions.
A Arvor irá acompanhar as novidades desta iniciativa do BNDES, em paralelo a uma outra grande novidade que em breve deverá impactar fortemente as iniciativas de Nature Based Solutions no Brasil, a nova lei que regulamentará o mercado nacional de carbono, a qual deve ser publicada ainda este ano e apresentada à sociedade internacional durante a próxima Conferência das Pares (COP) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a ser realizada em Dezembro 2023, nos Emirados Árabes Unidos.