Muitos amigos e clientes têm cobrado minha análise sobre as recentes notícias envolvendo supostas fraudes relacionadas a projetos de créditos de carbono florestais.
Pois bem, vejo isso de duas formas.
A primeira: os projetos de créditos de carbono, em especial os florestais (e mais ainda os projetos REDD+), são complexos. Tal complexidade exige alto nível de conhecimento técnico, ou seja, não é qualquer um que desenvolve projetos de boa qualidade.
Essa mesma complexidade acaba se tornando uma porta de entrada para oportunistas que se aproveitam dessa “caixa preta” (projetos de difícil entendimento para aqueles que não trabalham na área) e do desejo da sociedade por dinheiro fácil e rápido, para vender soluções inviáveis técnica e metodologicamente. Infelizmente, o mercado de carbono está cheio deles, e precisamos denunciá-los, execrá-los e excluí-los do jogo urgentemente, sem perdão!
A segunda: as soluções baseadas na natureza (ou Nature Based Solutions – NBS), onde se inserem os projetos de carbono, são uma ferramenta de reconhecida importância no combate à mudança do clima e no apoio ao desenvolvimento sustentável. Hoje, existem várias instituições idôneas e capazes de mostrar aos clientes o caminho mais adequado no que se relaciona ao potencial de geração de créditos de carbono. E na maioria das vezes esse caminho é não fazer projeto algum, seja por falta de viabilidade técnica, legal ou financeira.
Assim, é preciso ter muito cuidado para que o primeiro grupo, aquele das empresas e projetos oportunistas (pra não usar outro nome, menos elegante), não contamine o mercado. É preciso zelar pelo importante papel das NBS e destacar empresas idôneas que constroem projetos técnicos baseados não somente nas metodologias de mercado, mas em profundo conhecimento ambiental, fundiário e legal do nosso país, como fazemos aqui no Grupo Index.
Separar o joio do trigo é fundamental nesse momento.
Desconfie de promessas ousadas, projetos fáceis e dinheiro rápido.