Duas notícias importantes e aparentemente desconectadas chamam a atenção no jornal Valor Econômico em relação ao futuro da indústria de celulose no Brasil.
A primeira, diz que a União Européia deverá adiar a aplicação da fiscalização rigorosa das importações de produtos vindos de regiões com risco de desmatamento, como parte do Green Deal lançado em 2023. O Green Deal é um plano de ação para transformar a Europa no primeiro continente climaticamente neutro em 2050, com diversos pontos que giram em torno de impulsionar o uso eficiente dos recursos em todos os setores da economia. O plano vem sendo duramente criticado, vários países em desenvolvimento acusam a UE de impor padrões que ignoram as circunstâncias e regras locais, bem como esforços para combater o desmatamento.
A segunda notícia, destaca que a exportação de celulose brasileira para a China bateu recorde em 2023: o país ficou com 49% dos 18 milhões de toneladas de celulose exportadas pelo Brasil. Em segundo lugar, aquele que já foi o principal mercado da celulose brasileira, a Europa, com 24%.
Segundo o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, o Brasil possui o “ desafio de manter e abrir novos mercados”. Ora, se nosso setor deseja ampliar a exportação de celulose ao mundo, temos que entender quais são os fatores que criam tal desafio e como superá-los.
E aqui está a importante conexão entre as duas notícias.
Segundo a Ibá, as exportações de celulose dobraram nos últimos dez anos e hoje o setor responde pelo quinto item da balança exportadora do Agronegócio. Porém, as exportações de 2023 ficaram aquém do volume exportado nos últimos 3 anos, em 2022, por exemplo, exportamos 28% a mais. Portanto, para que a indústria de celulose brasileira continue crescendo e batendo recordes, é necessário mirar não somente a China, mas ampliar as vendas para outros mercados, como a Europa, segundo principal mercado comprador da celulose brasileira.
Portanto, nossa indústria terá que comprovar que a fibra que dá origem à celulose é um produto “livre de desmatamento”.
Como?
A resposta para garantir a origem da madeira é o monitoramento, por meio de tecnologia. Nesse sentido, a tokenização de florestas plantadas, promovida pela plataforma ForesToken, tem um segundo e valioso produto: garantir a origem e rastreabilidade da madeira, do talhão até a fábrica. Por meio de uma plataforma GeoBI exclusiva, é possível acompanhar a floresta em tempo real e garantir, com tecnologia blockchain, que o volume de madeira tokenizado tem origem em uma fazenda/talhão específico. Isso atende a qualquer requisito de rastreabilidade e origem.