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Sustentabilidade não é mais um tema novo para as organizações, a preocupação com questões ambientais tornou-se parte da estratégia de negócios, considerando que consumidores e a legislação estão bastante atentos a este tema.
Ao longo das últimas décadas foram incorporados no universo corporativo outras questões igualmente importantes, como a responsabilidade social e a governança corporativa. E mais recentemente, as organizações iniciaram a revisão de suas políticas de gênero, diversidade, inclusão, respeito aos colaboradores, atenção com os fornecedores, cumprimento da legislação e concorrência justa. Logo, várias publicações e estudos passaram a apresentar estes valores representados por uma visão ampliada, a qual passou a integrar questões ambientais, sociais e de governança (ESG, do inglês environmental, social and corporate governance).
1. O que é ESG e como isso pode impactar a sua empresa
A sociedade tem dado cada vez mais importância às questões ambientais e sociais, mudando a dinâmica de escolher empresas, produtos e agora também os investimentos. Associado a esse novo comportamento, estão os chamados ESG, que são critérios e indicadores que levam em consideração os princípios ambientais, sociais e de governança.
A sigla ESG advém do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança. No mundo dos investimentos, investimento ESG é aquele que incorpora questões ambientais, sociais e de governança como critérios na análise, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras e, com isso, permitindo uma avaliação das empresas de forma holística.
A introdução de critérios ESG nas decisões de investimento pode ser entendida como uma ampliação do foco em shareholders (acionistas) para todos os stakeholders (partes interessadas). Com isso, as decisões de investimentos e concessão de crédito passam a levar em consideração o impacto destes em todas as partes interessadas – como funcionários, consumidores, fornecedores e comunidade – e não somente o lucro potencial para a instituição financeira e seus acionistas.
Embora as discussões acerca dos princípios ESG tenha ganhado notoriedade recentemente no Brasil, quando olhamos ao redor do mundo, fica evidente que a consideração dos fatores ESG não vem de hoje e, mais importante do que isso, que não se trata de uma tendência passageira, mas sim de uma nova realidade.
Globalmente, mais de US$30 trilhões em ativos sob gestão (AuM, na sigla em inglês) são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis. Isso representa um aumento de 34% em relação à 2016, de acordo com a Global Sustainable Investment Alliance.
Do ponto de vista das empresas, não há dúvidas de que ainda há muito a ser feito para que os resultados de longo prazo em termos de sustentabilidade sejam alcançados. Contudo, do lado positivo, vemos que o foco crescente nas questões ambientais, sociais e de governança pelos investidores, bem como pela sociedade em geral, já tem surtido efeitos no comportamento das companhias, seja porque elas estão de fato alinhadas com os princípios ESG ou simplesmente por reconhecerem que para atrair capital esse é um fator cada vez mais imprescindível.
2. Por que uma empresa deve considerar os princípios ESG?
Consumidores mais engajados
O primeiro fator que deve ser levado em consideração é o engajamento dos consumidores com empresas que investem em conservação do meio ambiente e são socialmente responsáveis.
Segundo o Dr. em Gestão Ambiental, Gildo Balliana, consultor do Grupo Index: As organizações começam a compreender que apenas lucrar já não é mais suficiente, paradoxalmente, a lucratividade não garante mais o futuro da companhia. Pesquisas recentes mostram que as pessoas, principalmente da nova geração, tendem a gastar mais com produtos e serviços, reconhecidamente, sustentáveis. Esta tendência é irreversível e vem atingindo os mercados no mundo todo. São consumidores conscientes que buscam companhias confiáveis; atentas as boas práticas ambientais, socialmente responsáveis e que adotam firmes atitudes de governança corporativa.
Em recente estudo, a XP Investimentos detectou que 79% dos consumidores da Geração X (nascidos nas décadas de 70 e 80), levam em consideração a preocupação com o meio ambiente nas escolhas de produtos e marcas. Olhando a Geração Y, esse percentual sobe para 85%. Ou seja, tanto na escolha dos seus produtos quanto nos investimentos, quase metade da população considera fatores ESG como fundamentais.
Investidores mais exigentes
Outro fator que deve ser considerado pelas empresas na incorporação do ESG, são os investidores, que têm olhado para essas empresas de forma diferente. Um exemplo é o compromisso do Fundo Soberano da Noruega, anunciado no início deste ano, de desinvestir cerca de US$13 bilhões em ativos relacionados ao uso de combustíveis fósseis. Outro exemplo é a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, com US$7 trilhões em ativos sob gestão – ou seja, 4x o PIB do Brasil! Lá, a sustentabilidade é parte central da estratégia de investimentos, com 100% de integração dos critérios ESG.
Importante destacar que a preferência dos investidores por empresas que seguem os princípios do ESG, não é apenas devido às preocupações com o meio ambiente e o social, empresas continuam sendo corporações que devem visar o lucro. Todavia, uma empresa que leva em consideração os princípios ESG são mais resilientes, resistem de forma mais eficiente aos momentos de crise e estão mais bem preparadas para mudanças. Como pode ser observado no gráfico abaixo, o qual demonstra como evoluíram os índices Bovespa e ISE (índice de Sustentabilidade Ambiental), desde a criação deste em 2006.
Mercado Mundial mais competitivo
O Pacto Global publicou recentemente um estudo sobre como a pandemia impacta a Agenda 2030 e o atendimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No presente estudo, fica evidente que o Brasil precisa de uma retomada em sua rede de proteção ambiental, social e no combate à corrupção. Os mercados internacionais exigem certos padrões de comportamento empresarial para manter os negócios ativos. Isto implica em perdas de vantagens competitivas para os países que não respeitarem estes novos paradigmas.
Assim, as companhias nacionais precisam estar ligadas em questões como as ODS e os impactos empresariais advindos destas novas preocupações.
Observando o quadro abaixo, verificam-se as oportunidades corporativas que poderão traduzir ações em resultados; atitudes em lucratividade sustentável e perene.
Por fim, empresas que se preocupam com ESG, estão menos sujeitas a graves acidentes ambientais, tem melhor relação com as comunidades que estão no seu entorno, tem funcionários mais bem treinados, sucumbem menos à corrupção, atendem melhor às expectativas de seus consumidores, de seus investidores e, consequentemente, apresentam uma sintonia maior com o mercado.
3. Como uma empresa pode adotar princípios ESG
Quando se analisa apenas índices econômicos, já existem diversas ferramentas que podem avaliar se uma empresa é ou não rentável, seguindo normas contábeis. Porém, como avaliar se uma empresa realmente leva em consideração os aspectos ambientais e sociais no seu dia-a-dia?
Existem uma série de metodologias para determinar o rating, termo utilizado para definir uma nota de avaliação dos princípios ESG. Uma das metodologias utilizadas é chamada de Matriz de Materialidade. Essa matriz leva em consideração os seguintes pontos na avaliação do ESG.
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O Grupo Index desenvolveu uma metodologia própria baseada na Matriz de Materialidade, onde as empresas que realizarem a Auditoria ESG receberão índices para cada um dos princípios acima. Além disso, são fornecidos os Gaps, ou seja, os pontos onde a empresa deve melhorar para evoluir no seu índice ESG. A lista de todos os Gaps forma o RoadMap, que nada mais é que o caminho que a empresa deverá percorrer para atingir índices ESG melhores.
Juntamente com o RoadMap o Grupo Index disponibiliza um Relatório de Business Intelligence, onde a empresa pode acompanhar as ações que precisa realizar assim como monitorar o que cada uma destas ações impacta nos seus índices.
O gráfico abaixo ilustra melhor os objetivos do Grupo Index:
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Ficou interessado sobre esse assunto? Entre em contato com o Grupo Index para alavancar sua empresa nos princípios ESG!