Em uma entrevista para a Show Florestal (veja aqui), Marcelo Schmid, sócio-diretor do Grupo Index, destacou que a partir da metade do ano possivelmente teremos uma reação mais proeminente no mercado de celulose, setor que está ligado diretamente ao consumo de madeira de eucalipto, uma vez que os estoques de matéria-prima tendem a se regular. “Nossa visão é de que não será um ano ruim, mas estamos longe de ter um ano excelente” informa.
Vale lembrar que no final de 2019, Mato Grosso do Sul anunciou planos para a construção futura de uma nova fábrica de celulose (veja mais detalhes aqui), consolidando a posição do estado como maior produtor de celulose no país, sendo responsável por 33% da produção no Brasil. Também não podemos esquecer que a celulose, principal produto das exportações no setor florestal, teve uma queda de 0,4% no seu volume exportado em 2019, devido ao desaquecimento da demanda aliado aos altos estoques de matéria-prima.
Um ponto que também merece destaque segundo nosso sócio-diretor, é a implementação dos Títulos Verdes (Green Bonds), títulos usados para captar recursos que serão aplicados em projetos que visam a amenização dos efeitos das mudanças climáticas, e que promovam a sustentabilidade. Esse conceito existe desde 2013, e desde então cresceu de maneira impressionante, chegando a ter USD 250 bilhões emitidos em 2019. Segundo o Climate Bonds, a estimativa é que em 2020 esse valor aumente para USD 350 bilhões. “O setor florestal anda na trilha e reza na cartilha do desenvolvimento sustentável. Já existe uma legislação ambiental bem avançada e temos a previsão de pagamento por serviços ambientais em nosso código florestal e em outros diplomas legais da área ambiental e florestal brasileira. Acredito que estamos um pouco longe da definição de todos os mecanismos e de como isso vai acontecer. É preciso desburocratizar” finaliza Marcelo.