O Brasil tem aproximadamente 7,83 milhões de hectares de florestas plantadas (Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ), distribuídas de acordo com o infográfico abaixo.
[infogram id=”infograficos-florestas-plantadas-1h7z2lezzpjg6ow” prefix=”UUY”]
Fernando Matsuno, sócio-diretor do Grupo Index, destaca que no território brasileiro, as aquisições de florestas plantadas de eucalipto ou pinus por fundos de investimento estrangeiros ou empresas gerenciadoras de ativos florestais (Timber Investment Management Organization – TIMO), iniciaram no final do século passado e configuram uma tendência desse mercado para os próximos anos, uma vez que existe uma propensão de desverticalização do setor florestal brasileiro.
A desverticalização do setor florestal traz importantes impactos para a economia brasileira, pois permite o ingresso de investimentos no setor, o qual sempre teve o predomínio de empresas familiares e de algumas grandes empresas.
No ano de 2019, a presença de fundos de investimento estrangeiros buscando ativos florestais no Brasil permaneceu constante. De acordo com o sócio-diretor do Grupo Index, Rodrigo de Almeida, mesmo com as incertezas econômicas e com a restrição contra a aquisição de terras por estrangeiros, a diversidade do setor de florestas continua atraindo investidores.
Com a explosão populacional na Ásia e a saída de milhares de indivíduos da linha da pobreza, a demanda por commodities aumentou significativamente, em especial a demanda por celulose, utilizada na produção de fraldas e papel higiênico. Estudos demonstram que, face ao crescimento dos BRICS, serão necessários dois planetas em 2030 para suprir todas as demandas por alimentos, insumos e matérias-primas¹.
China, Índia e países árabes disputarão com os EUA e, principalmente a Europa, o domínio pelo suprimento de commodities, sendo estratégico ampliar as bases em países com ampla extensão territorial, como o Brasil, para garantir seu suprimento com preços acessíveis.
Especificamente no mercado de celulose e madeira processada, a China e os EUA se mostram como o maiores consumidores mundiais². Segundo Marcelo Schmid, sócio-diretor do Grupo Index, existe uma grande esperança para que os produtos florestais brasileiros avancem em mercados antes pouco acessíveis, o que ampliaria e muito a demanda de madeira processada e, principalmente, da celulose brasileira, a qual nos últimos dez anos sofreu um incremento na sua produção de aproximadamente 70% (5,4 % ao ano), fazendo do Brasil o segundo produtor mundial de celulose em 2018, atrás apenas dos Estados Unidos.
[infogram id=”producao-de-celulose-1hxr4zyrrrqq2yo” prefix=”SII”]
A celulose e a madeira processada são indústrias que tem, ainda, muitas fronteiras a desbravarem nos próximos anos. Além dos avanços dos subprodutos da madeira, como por exemplo a resina, o aproveitamento do cavaco para geração de energia e da própria celulose para produção de etanol celulósico. Devido a esse movimento global e o aumento da demanda por produtos florestais, é muito provável que ocorra a entrada de novos players, como a Índia, Oriente Médio e outros países asiáticos, além dos EUA e Europa, nos diversos segmentos do setor florestal, aliás movimento já percebido pelo mercado.
¹http://brics2019.itamaraty.gov.br
²https://www.sna.agr.br/exportacao-de-tora-de-eucalipto-dobra-com-demanda-chinesa