Valuation é uma expressão amplamente utilizada no mundo corporativo para designar o processo analítico de determinação do valor atual ou futuro de um ativo ou empresa. O valuation é uma ferramenta importante na determinação do valor justo de um ativo, baseado naquilo que o mercado está disposto a pagar no momento e em seu valor intrínseco, ou seja, os ganhos futuros que esse ativo poderá proporcionar a seus investidores.
Como a atividade florestal é uma atividade cujo retorno financeiro ocorre em longo prazo, o conhecimento do valor intrínseco do ativo por meio de um valuation adequado é primordial para entendimento do retorno que a floresta trará a seus proprietários/investidores.
Os ativos florestais são avaliados de diferentes formas, de acordo com as características do empreendimento. No caso de empresas verticalizadas, onde o valor do ativo é parte do valor da empresa como um todo, o valuation do ativo florestal tem fins contábeis e deve ser realizado por meio de uma norma específica da contabilidade (CPC 29), baseada em um fluxo de caixa descontado.
Já no caso de ativos florestais não verticalizados, a determinação do valor da floresta deve ser feita pela aplicação de uma norma técnica específica, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 14653-3 (avaliação de bens, parte 3: imóveis rurais). Mais que diretrizes, a norma apresenta um procedimento metodológico detalhado para avaliação tanto de ativos biológicos quanto de terra nua. Aqui, a motivação para realização do valuation pode ser a transação da área em fusões e aquisições, sua alienação em garantia ou o reporte do valor justo do ativo para seus investidores.
O Brasil possui hoje cerca de 800 mil hectares de florestas plantadas para fundos de investimento, em sua maioria estrangeiros. Como a norma brasileira de avaliação de imóveis rurais possui validade somente em território nacional, o valuation de tais ativos deve ser pautado por normas e instruções internacionais. Pelo fato da maioria de tais fundos ser de origem norte-americana, o valuation neste caso segue normas da Uniform Standards of Professional Appraisal Practice (USPAP), que é um conjunto de normas de avaliação suportado tecnicamente por uma série de instituições da área de contabilidade, nos Estados Unidos. Além da USPAP, os appraisals realizados para instituições estrangeiras devem seguir as normas da International Financial Reporting Standards (IFRS), normas internacionais de contabilidade publicadas e revisadas pelo International Accounting Standards Board (IASB).
Se o valuation do ativo florestal é uma atividade relevante em tempos normais, para que proprietários, investidores, instituições financiadoras e potenciais compradores tenham conhecimento do valor justo do ativo, nos tempos atuais, onde uma pandemia está ameaçando a estabilidade econômica global, o correto entendimento do valor do ativo é ainda mais necessário.
O appraisal de imóveis florestais depende de uma série de variáveis e premissas que devem ser cuidadosamente avaliadas, discutidas e estabelecidas pelo appraiser, com base em conhecimento de mercado e da atividade em si. Assim, quaisquer impactos que o COVID-19 possa causar no mercado florestal devem ser objeto de análise de um bom appraiser, à medida em que podem afetar o valor do ativo florestal.
E como a pandemia poderia alterar o valor do ativo florestal?
Tomemos como exemplo um ativo real, cujo appraisal, realizado pela Index Florestal recentemente, apontou um valor de 80 milhões de reais para a propriedade de cerca de 13 mil hectares de plantio de eucalipto. Os impactos do COVID-19 no setor florestal ainda não são plenamente conhecidos e irão variar de acordo com o segmento da cadeia produtiva (o Grupo Index publicou recentemente um artigo sobre este tema, que pode ser acessado aqui). O ativo utilizado como exemplo deste estudo de caso está atrelado a um mercado final doméstico sensível à redução de consumo causada pelos impactos do COVID-19. Provavelmente o preço da madeira deste ativo sofrerá redução ao longo dos próximos meses, como consequência da redução de atividade do mercado. Caso a crise reduza o preço da madeira em 10%, o valor total do ativo será reduzido automaticamente para R$ 64 milhões.
Como explicar para o investidor que o ativo de um ano para outro perdeu 20% de seu valor? Um appraisal detalhado, metodologicamente rigoroso e desenvolvido por uma empresa idônea, que tenha conhecimento de mercado e da atividade florestal e um corpo técnico experiente, é a melhor forma de fazê-lo.
O Grupo Index desenvolve trabalhos na área de valuation tanto para empresa verticalizadas quanto para ativos não verticalizados desde a década de 80. Durante este período, o Grupo desenvolveu centenas de valuations de áreas florestais, agrícolas e industriais. Mais recentemente, nos últimos dez anos, o Grupo Index passou a desenvolver appraisals seguindo as normas internacionais, porém, criando um método próprio, que une o rigor metodológico da norma nacional à transparência dos padrões internacionais. A equipe do Grupo Index possui engenheiros florestais filiados ao Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), especialistas na área de negócios e economia florestal e de experiência no mercado florestal brasileiro.