Preços de madeira serrada caem abruptamente nos EUA em decorrência de maior equilíbrio entre oferta e demanda
Os preços de madeira serrada estão caindo rapidamente nos Estados Unidos, mercado que serve como espécie de “termômetro” para as transações internacionais de madeira de diferentes países, como por exemplo o Brasil.
De acordo com o monitoramento de preços da Forest2Market na região sul dos EUA, os preços caíram pela sexta semana consecutiva, atingindo o ponto mais baixo em mais de sete meses (desde o pico, em maio, os preços de madeira serrada de coníferas caíram 53%).
O cenário acende uma luz amarela no mercado brasileiro, uma vez que as exportações de madeira serrada, compensado e componentes de madeira para os Estados Unidos vinham muito bem nos meses recentes.
A queda de preços de madeira serrada no mercado norte-americano decorre principalmente de uma aparente adaptação dos estoques à demanda. Em curto prazo, observa-se que no primeiro trimestre do ano a produção de madeira serrada de fibra longa dos EUA aumentou ligeiramente (0,6%) e as importações aumentaram significativamente (12,4%), conforme sentido aqui no Brasil.
Em longo prazo, as serrarias do país estão ampliando sua capacidade de produção, o que ajudará a estabelecer mais flexibilidade na cadeia de suprimentos. No sul dos Estados Unidos, quase 2,8 bilhões de pés quadrados de nova capacidade de madeira entrarão em operação até o final de 2022.
Por outro lado, o mercado de construção diminuiu o ritmo, reduzindo a demanda por madeira. O número de housing starts (novas moradias) em abril caiu mais de 9,5% e a demanda por madeira está diminuindo à medida que o setor de construção recua. Os altos custos ameaçam amortecer o mercado daqui para frente: o preço médio de uma casa nova em maio foi de USD 374.400, um aumento de 13% em relação a maio passado, e o preço médio de uma casa existente foi de USD 356.600, um aumento de 24% em relação a maio passado.
O mercado brasileiro de madeira serrada e componentes certamente será afetado por esse cenário. Aliado à redução da taxa de câmbio o efeito nas exportações de madeira brasileira deverá ser sentido na segunda metade do ano e em 2022.