Como a proibição da exportação de madeira da Rússia pode impactar o Brasil

Exportação de madeira

A Rússia anunciou recentemente a proibição de exportações de diversos produtos aos Estados Unidos e à União Europeia, como consequência das sanções aplicadas durante a guerra com a Ucrânia. Entre estes produtos está a madeira, a sétima matéria-prima mais vendida pelo setor Agropecuário brasileiro em 2021, segundo dados da FazComex. Dessa forma, a sanção abre uma lacuna no mercado e aumenta a demanda. Isso impacta também o Brasil, que já atua de forma consolidada na exportação de madeira.

Segundo o sócio-diretor do Grupo Index e mestre em Economia e Política Florestal, Marcelo Schmid, a medida vai além da política; ela existe para proteção da economia do país. Além disso, causa impactos globais no mercado de exportação de madeira. “Apenas para vocês terem uma ideia, a Finlândia, que é um importante player no mercado de madeira, depende em 15% da madeira vinda da Rússia para alimentar a sua produção de celulose”, aponta.

O Brasil, por sua vez, exportou 1,18 milhões de toneladas de madeira só em 2021, segundo a balança comercial da AgroExport. Contudo, para o especialista, o país não está pronto para suprir a demanda causada pela decisão russa: “a curto prazo, nós não temos matéria-prima suficiente. Um dos impactos que o aumento da demanda pode causar, por exemplo, é a alta de preços. Em contrapartida, de maneira positiva, pode ser uma oportunidade para o aumento do plantio e expansão da produção no setor florestal.”

Benefícios para o setor de exportação de madeira

Segundo Schmid, o mercado de exportação de madeira, outrora impulsionado pela economia de baixo carbono e pela busca de combustíveis não fósseis, pode ter na guerra, nas sanções e nos bloqueios comerciais um novo motor propulsor. “40% do consumo de gás natural da Europa vem da Rússia. Há uma grande chance desse fornecimento ser interrompido, o que fará a Europa procurar outras fontes de combustível.”

Enquanto isso, o Grupo Index acompanha e assessora a movimentação de empresas europeias interessadas em adquirir fibra e produtos florestais brasileiros. “Fomos consultados por novas organizações que, em breve, se tornarão novos players no mercado, o que aumenta as oportunidades do país de exportação de madeira. A busca por matéria-prima florestal já estava acirrada e agora ficará ainda mais. A pressão da oferta pela demanda aumenta os preços”, aponta o especialista.

Por um lado, esse movimento vai gerar mais pressão e preocupação à indústria. Por outro, cria oportunidades para expansão no país. Em conclusão, na opinião do Grupo Index, nunca foi tão propício o momento para investir em florestas plantadas e aumentar a base florestal brasileira.

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